quarta-feira, 21 de maio de 2008

NOSSA CASA MAIOR

Em grego, o radical eco significa casa, que é o local onde nos abrigamos e constituímos nossa família. Do mesmo radical provém a palavra ecologia, que é o estudo das relações entre os seres vivos e o seu hábitat. Não é comum que espalhemos lixo em nossa casa ou que não cuidemos dela com carinho e dedicação, porque somos civilizados. O sonho de todos, em qualquer parte do mundo, é ter uma casa para morar e ser feliz. Ela é o espaço sagrado, no qual construímos nossa vida. Num sentido mais amplo, a casa se localiza num bairro, que fica numa cidade, e esta, num Estado e assim por diante, até chegar ao planeta, nossa casa maior. Sim, o planeta é nossa casa maior. O que o ser humano tem feito com ela ao longo dos séculos, principalmente após o advento da Revolução Industrial, mais notadamente no pós II Guerra Mundial? O que temos visto é o desenvolvimento incontrolado da racionalidade tecnocientífica com sua lógica voltada para a economia do lucro e com a exploração indiscriminada dos recursos do meio ambiente. Este virou local de depósito dos rejeitos da “civilização”, gerando um impacto ambiental de proporções cada vez maiores, cujos efeitos são devastadores para a fauna, a flora e a própria sobrevivência da espécie humana.

Os tratados internacionais firmados pelas nações em diversas partes do mundo ao longo do século XX continuam a exigir o cumprimento por parte dos dirigentes, principalmente dos países mais ricos, maiores poluidores do planeta.

Até quando o homem vai sustentar sua arrogância perante seu semelhante e o ambiente que o cerca? Até quando vai continuar desmatando, promovendo queimadas, poluindo o ar e a água, dizimando espécies vegetais e animais? Quando o homem vai parar de destruir sua própria casa? Quando irá aprender que ele é apenas uma parte dessa grande sinfonia que é a vida na Terra? Quando irá aprender a lição do chefe indígena Seattle, que, em 1854, envia uma carta ao Grande Chefe Branco de Washington, recusando-se a vender as terras indígenas, afirmando: “a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos. Tudo está ligado, como o sangue que une uma família. Tudo está ligado. Tudo o que acontece à terra acontecerá aos filhos da terra. O homem não teceu a rede da vida, ele é só um de seus fios. Aquilo que ele fizer à rede da vida ele o faz a si próprio.”

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